AVISO!

JUSTIFICATIVA


A Educação de jovens e Adultos, em vista da transformação necessária, com o objetivo de cumprir de maneira satisfatória sua função de preparar jovens e adultos para o exercício da cidadania, necessita de mudanças significativas.

Essas mudanças são norteadas, sobretudo, pelos valores apresentados na Conferência Internacional de Hamburgo, na Lei 9394/96 e no Parecer 011/00, do Conselho Nacional de Educação, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação de Jovens e Adultos, na Resolução 363/00, do Conselho Estadual de Educação de Ceará e nas Diretrizes Norteadoras para os Centros de Educação de Jovens e Adultos, da SEDUC.

A prática educativa aqui proposta situa-se no interior desse processo de mudanças. Respondendo aos desafios apresentados para a Educação de Jovens e Adultos, esse Centro elege três pilares sobre os quais edificará sua ação:

-A primeira base constitui-se como princípio do direito: a educação é direito público subjetivo. Portanto, a proposta pedagógica aqui delineada apresenta-se como um instrumento para a efetiva universalização desse direito dos jovens e adultos que, nas palavras de Jamil Cury, é “tão direito quando a educação (...) para a idade apropriada dos 7 aos 14 anos”.

-O segundo pilar sobre o qual se assenta essa proposta pedagógica é a concepção da Educação de Jovens e Adultos como modalidade da educação básica, conforme estabelece a LDBEN 9394/96. Não é “supletiva”. É uma oferta regular, dirigida para cidadãos que não tiveram ou não puderam beneficiar-se da escolarização básica, na idade convencional.

-O terceiro pilar estabelece que o adulto não é uma criança crescida (assim como a criança não é um adulto em miniatura). Portanto, para a garantia do dinheiro á educação, há que se estabelecer uma pedagogia e correspondente metodologia, próprias para a modalidade da educação de jovens e adultos.

De fato, a Educação de Jovens e Adultos objetiva criar situação de ensino e aprendizagem adequados ás necessidades educacionais de jovens e adultos, realizando suas funções reparadoras, equalizadora e permanente, conforme o determinado no Parecer 11/00-CEB/CNE. A restauração do direito negado (o direito a uma escola de qualidade e o reconhecimento da igualdade de todo e qualquer cidadão); a possibilidade de reentrada no sistema educacional, e da atualização permanente de conhecimento norteiam a proposta aqui apresentada.

Essa dinâmica proporciona aos alunos a formação plena para a vida. As exigências da sociedade já sinalizaram a necessidade de investimento na construção da cidadania, explicitando, de forma não burocrática, os direitos que devem acompanhar os procedimentos e a atitude ética das pessoas.

É preciso possibilitar àquele que aprende o processo de construção e reconstrução de sua própria história, conhecendo, analisando e transformando sua realidade, ao mesmo tempo em que se resgata o respeito próprio e coletivo, e a melhoria da auto-estima.

Os princípios aqui adotados procuram respeitar a individualidade de cada aluno jovem e adulto e propõe-se, insistentemente, a devolver a confiança, incentivar o desejo de constituir-se cidadão, possibilitando para tal, liberdade de ação e expressão. O centro precisa incentivar o “aprender a ser”, ser na totalidade, na coletividade. Para isso, a pessoa precisa expressar-se livremente, acertando, errando, corrigindo, e, a partir do ser, passará a fazer também coletivamente.

As ferramentas para o convívio social são disponibilizadas no coletivo, demonstrando que nenhuma pessoa aprende a ser sozinha, ou a fazer sem antes refletir sobre seu papel social. O ser que aprende não está desconectado do seu social e é preciso respeitar e facilitar essa conexão na sua totalidade.

A sociedade como se apresenta exige nova postura quanto ao ensinar e aprender. TOFFLER já dizia em 1977 que “A educação emana de alguma imagem do Futuro. O amanhã não será a réplica do hoje”.

Almejamos uma Educação de Jovens e Adultos – mais que um direito: a chave para o século XXI, conforme o estabelecido na Declaração de Hamburgo – possibilitando ferramentas para essa “aprendizagem para a vida”, numa busca coletiva do conhecimento.